Waris Dirie (nome que significa Flor do Deserto) tem uma vida dupla – durante o dia, é top model internacional e porta-voz das Nações Unidas para os direitos das mulheres em África; à noite, os seus sonhos levam-na de volta a casa, na Somália.
Waris nasceu numa família tradicional de nómadas do deserto africano. A sua infância foi feliz e despreocupada… até ao dia em que chegou a sua vez de se submeter ao costume imposto à maioria das raparigas somalis: a mutilação genital. Waris sofreu esta tortura quando tinha apenas cinco anos de idade. Quando, já com doze anos, descobre que o seu pai pretende negociá-la com um desconhecido em troca de cinco camelos, Waris toma a decisão que vai mudar irreversivelmente a sua vida. Após uma extraordinária fuga pelo deserto, consegue chegar a Londres. Waris tinha poucos conhecimentos da língua inglesa e nenhum dinheiro. Acabará por trabalhar no MacDonald’s, onde um fotógrafo de moda a descobre. As portas da fama abriram-se então para esta jovem mulher cuja história é uma fonte de inspiração e cuja personalidade é tão arrebatadora como a sua beleza.
Waris Dirie é uma top model internacional. Em 1997, foi nomeada pelas Nações Unidas embaixadora para os direitos das mulheres na luta pela eliminação da prática da mutilação genital feminina. O seu esforço valeu-lhe também prémios e distinções como o título de Mulher do Ano atribuído pela Glamour em 2000, o World Social Award 2004, o Prémio Oscar Romero 2004 e o título de Cavaleira da Legião de Honra de França. Na ASA estão já publicados os seus livros Flor do Deserto, galardoado com o Prémio Internacional Corine de Não-Ficção 2002, Aurora no Deserto, distinguido com o Prémio Alemanha-África 1999, e Filhas do Deserto A sua história foi também transposta para o grande ecrã no filme Flor do Deserto.
A top model somali Waris Dirie foi nomeada embaixadora para a paz e a segurança em África pela União Africana, na Cimeira da Paz e Segurança, realizada na semana passada em Addis-Abeba, na Etiópia, juntamente com vinte e cinco outras personalidades africanas, entre elas, a moçambicana Graça Machel, mulher de Nelson Mandela.
2010 é o Ano da Paz e da Segurança em África, sendo que o Dia da Paz em África tem lugar a 21 de Setembro de 2010.
Autora de Filhas do Deserto, Aurora no Deserto e Flor do Deserto (cuja versão cinematográfica se encontra neste momento em exibição nas salas portuguesas), Waris Dirie foi vítima de mutilação genital feminina quando tinha apenas cinco anos e a sua luta pela erradicação desta prática levou-a a ser nomeada também pelas Nações Unidas como embaixadora para os direitos das mulheres.
Foi ainda distinguida com o título de Mulher do Ano atribuído pela Glamour em 2000, o World Social Award 2004, o Prémio Oscar Romero 2004 e o título de Cavaleira da Legião de Honra de França.
Para além de Waris Dirie, foram também nomeados o arcebispo Desmond Tutu, Frederick de Klerk, o professor Wangari Maathai, Amara Essy, Mo Ibrahim, Graça Machel, Salim A. Salim, Alpha Oumar Konaré, Edem Kodjo, Henri Lopes, Bethuel Kiplagat, Luísa Diogo, Oliver Mtukudzi, Salif Keita, Angelique Kidjo, Youssou N’Dour, Manu Dibango, Sadok Sassi, Paulina Chiziane, Paul Tergat, Teshaynesh Hewak Teka Legesse, Rabah Madjer, Abedi Pele, Maria Mutola e Michael Essien.
“Sinto-me honrada por os meus irmãos e irmãs africanos me atribuírem esta grande distinção. Mas este cargo traz com ele uma grande responsabilidade. Venho de um país africano, a Somália, que é afectado por uma terrível guerra civil há vinte anos e que não consegue alcançar a paz. Com o meu novo cargo, quero ajudar a trazer a paz para a Somália. E estou já a trabalhar num projecto com este fim e que apresentarei em Setembro”, afirmou Waris Dirie em comunicado.
“Mas há uma outra e muito pior guerra a ter lugar em África. Uma guerra silenciosa contra as mulheres. O nome desta guerra é Mutilação Genital Feminina e afecta milhões de raparigas todos os anos. Mais de 150 milhões de mulheres foram traumatizadas por esta guerra absurda e sofrem as suas consequências durante toda a vida. Por isso, exijo que todos os governos africanos e todos os povos de África acabem com esta guerra”, acrescentou.
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