A comovente história da afegã Nadia Ghulam, protagonista do livro Em Carne Viva, narrado por ela própria e pela jornalista Agnès Rotger e vencedor do Prémio Prudenci Bertrana 2010, foi transposta para o grande ecrã no documentátio Back to Nadia.
Realizado por Grau Serra e produzido pela Batabat, com a colaboração da TVE e da Televisó de Catalunya, o documentário relata a história verídica de Nadia Ghulam, uma rapariga afegã que, aos oito anos, sofreu graves ferimentos causados por uma bomba. Quando deixou o hospital dois anos mais tarde, já o regime talibã estava no poder. Com o objetivo de sustentar a família, Nadia assumiu a identidade do seu falecido irmão, uma vez que, sob o jugo talibã, as mulheres estavam impedidas de trabalhar. Levou esta vida dupla durante onze anos, até que, em 2007, conseguiu fugir para Espanha com a ajuda de uma ONG.
Back to Nadia relata o seu regresso ao Afeganistão como mulher, a nova situação no país e, em particular, a relação de Nadia com a mãe, que quer que ela regresse em definitivo ao país natal.
O documentário, que conquistou a Menção Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema Documentário da Cidade do México 2011, terá uma antestreia em Girona no dia 24 de novembro, que contará com a presença de Nadia Ghulam e com uma sessão de autógrafos do livro. O documentário será exibido também no Canal 33 da Televisió de Catalunya nos dias 25 e 28 de novembro e no dia 1 de dezembro.
Eu, Nadia, morri com oito anos.
Renasci como Zelmai.
Um rapaz entre os talibãs.
Nadia tinha apenas oito anos quando a sua infância terminou. Uma bomba destruiu-lhe a casa e o corpo. Passa longos meses em coma, a sua ténue vida alimentada apenas pela fé da sua mãe. Mas o milagre acontece. Ainda que desfigurada, sobrevive. Mas a sua família – feliz antes da guerra – está na miséria, e o seu adorado irmão, Zelmai, foi assassinado, deixando o pai à beira da loucura. Sozinha, a menina decide que tudo fará para salvar a família. Mas as mulheres afegãs não têm sequer o direito de trabalhar. Para evitar a fome, ela terá de renunciar à sua condição feminina. Adota a identidade do irmão e trabalha sem descanso. Aos olhos de todos, é um bom muçulmano. O que não ninguém sabe é que debaixo da sua roupa não se encontra um homem mas sim uma mulher que estremece de terror sempre que um talibã se aproxima. Mas nem isso a impedirá de, entre muitos outros empregos, cozinhar para eles. Ou apaixonar-se perdidamente…
Um relato absolutamente inesquecível, vencedor do Prémio Prudenci Bertrana 2010.
Nadia Ghulam nasceu em Cabul em 1985. Durante a sua infância teve de lutar contra as maiores adversidades – a guerra civil, a fome, o regime talibã – mas conseguiu sobreviver a tudo graças ao seu engenho e arte. A sua vida inspirou também o filme Osama, de Siddik Barmak, o primeiro a ser rodado no Afeganistão depois dos horrores da guerra e galardoado nos mais importantes festivais de cinema do mundo. Vive atualmente em Espanha a fazer o que sempre quis: estudar e ser ela mesma em liberdade.
Agnès Rotger (Badalona, 1973) é jornalista de formação e colabora com diversos meios de comunicação, como as revistas Sàpiens e Descobrir Catalunya, e dirigiu as editoras Pòrtic e Mina. Escreveu três livros práticos para adultos e dois para crianças. Em Carne Viva é o seu primeiro projeto literário.
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