Jaycee Dugard fez ontem a sua primeira aparição num evento público desde o seu rapto em 1991 às mãos do casal Garrido para receber o Prémio Inspiração da Fundação Família Diller-Von Furstenberg, numa cerimónia realizada nas Nações Unidas, em Nova Iorque.
Em Vida Roubada, que a ASA publica em abril, Jaycee Dugard, atualmente com 31 anos, revela tudo por que passou após ter sido raptada aos 11 anos por Phillip e Nancy Garrido, num cativeiro que durou 18 anos e foi um dos raptos mais longos da história.
Durante os anos em que esteve sequestrada, Jaycee Dugard teve duas filhas de Phillip Garrido, que viria a ser condenado a 431 anos de prisão, sendo que a sua mulher, Nancy, recebeu uma sentença de 36 anos a prisão perpétua.
“O meu nome é Jaycee Dugard e quero dizer que sabe muito bem proferir o meu nome, já que durante muito tempo não o pude fazer”, afirmou Jaycee Dugard no seu discurso de aceitação do prémio.
Jaycee Dugard revelou também que a sua mãe foi uma inspiração para si durante os anos de cativeiro. “Senti a sua esperança durante muitos anos e isso deu-me forças para continuar a viver. Tenho duas filhas maravilhosas, que amo do fundo do coração”, referiu Jaycee Dugard.
Oprah Winfrey, que foi também agraciada com um prémio de carreira, aproveitou a ocasião para elogiar Jaycee Dugard. “Eu queria ter a oportunidade de a conhecer e de lhe dizer o quanto a sua história e a sua vida significam para mim: Jaycee Dugard, tenho muito orgulho em ti, da tua coragem, da tua capacidade para ir em frente em direção ao futuro e a uma vida triunfante para ti e por usares a tua coragem e a tua força e o teu poder para mostrares ao mundo que te preocupas.”
Os prémios da Fundação Família Diller-Von Furstenberg distinguem mulheres corajosas que lutam pela justiça. Durante a cerimónia foram também distinguidas a artista Panmela Castro, que luta contra a violência doméstica; Chouchou Namegabe, que luta pelos direitos das mulheres no Congo; e Layli Miller-Muro, que fundou o Centro de Justiça Tahirih, que protege mulheres de abusos de direitos humanos.
3096 Dias, de Natascha Kampusch, venceu o Prémio Buchliebling para o Melhor Livro do Ano na Áustria na categoria Biografia.
Natascha Kampusch nasceu no dia 17 de Fevereiro de 1988, em Viena, na Áustria, e tornou-se vítima, aos dez anos, de um dos mais longos raptos da história recente. Em 2006, conquistou a sua liberdade. No dia em que conseguiu fugir, o seu raptor suicidou-se. Desde então, Natascha tem tentado levar uma vida normal. Em 3096 Dias – publicado em Janeiro pela ASA – relata a incrível história do seu cativeiro.
Os prémios Buchliebling são atribuídos desde 2006 aos mais populares e aclamados livros e escritores austríacos, sendo escolhidos pelo público e por um júri.
O galardão é uma iniciativa da editora Schwarzer e do grupo de comunicação Echo Medienhaus, em colaboração com a Associação do Livro e da Indústria dos Media da Áustria e do Ministério Federal da Educação, Arte e Cultura, bem como de diversos parceiros na área editorial, livreira e cultural.
A top model somali Waris Dirie foi nomeada embaixadora para a paz e a segurança em África pela União Africana, na Cimeira da Paz e Segurança, realizada na semana passada em Addis-Abeba, na Etiópia, juntamente com vinte e cinco outras personalidades africanas, entre elas, a moçambicana Graça Machel, mulher de Nelson Mandela.
2010 é o Ano da Paz e da Segurança em África, sendo que o Dia da Paz em África tem lugar a 21 de Setembro de 2010.
Autora de Filhas do Deserto, Aurora no Deserto e Flor do Deserto (cuja versão cinematográfica se encontra neste momento em exibição nas salas portuguesas), Waris Dirie foi vítima de mutilação genital feminina quando tinha apenas cinco anos e a sua luta pela erradicação desta prática levou-a a ser nomeada também pelas Nações Unidas como embaixadora para os direitos das mulheres.
Foi ainda distinguida com o título de Mulher do Ano atribuído pela Glamour em 2000, o World Social Award 2004, o Prémio Oscar Romero 2004 e o título de Cavaleira da Legião de Honra de França.
Para além de Waris Dirie, foram também nomeados o arcebispo Desmond Tutu, Frederick de Klerk, o professor Wangari Maathai, Amara Essy, Mo Ibrahim, Graça Machel, Salim A. Salim, Alpha Oumar Konaré, Edem Kodjo, Henri Lopes, Bethuel Kiplagat, Luísa Diogo, Oliver Mtukudzi, Salif Keita, Angelique Kidjo, Youssou N’Dour, Manu Dibango, Sadok Sassi, Paulina Chiziane, Paul Tergat, Teshaynesh Hewak Teka Legesse, Rabah Madjer, Abedi Pele, Maria Mutola e Michael Essien.
“Sinto-me honrada por os meus irmãos e irmãs africanos me atribuírem esta grande distinção. Mas este cargo traz com ele uma grande responsabilidade. Venho de um país africano, a Somália, que é afectado por uma terrível guerra civil há vinte anos e que não consegue alcançar a paz. Com o meu novo cargo, quero ajudar a trazer a paz para a Somália. E estou já a trabalhar num projecto com este fim e que apresentarei em Setembro”, afirmou Waris Dirie em comunicado.
“Mas há uma outra e muito pior guerra a ter lugar em África. Uma guerra silenciosa contra as mulheres. O nome desta guerra é Mutilação Genital Feminina e afecta milhões de raparigas todos os anos. Mais de 150 milhões de mulheres foram traumatizadas por esta guerra absurda e sofrem as suas consequências durante toda a vida. Por isso, exijo que todos os governos africanos e todos os povos de África acabem com esta guerra”, acrescentou.
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