Para lerem a crítica ao livro A Mulher do Sari Cor-de-Rosa, de Sampat Pal, publicada no Jornal de Notícias, no dia 24 de Janeiro de 2010, basta clicarem na imagem.
Um grupo de mulheres indianas que se autodenomina gulabi gang, ou gangue rosa, está a fazer justiça pelas próprias mãos na empobrecida região da cidade de Banda, no Norte da Índia.
Dois anos após ter surgido como um grupo organizado, com nome e indumentária característicos, o gangue já deu sovas em homens que abandonaram ou bateram nas suas mulheres e denunciou práticas corruptas na distribuição de comida aos pobres.
Vestidas com saris cor-de-rosa perseguem autoridades corruptas armadas com paus e machados.
As centenas de adeptas do gangue fogem de associações com partidos políticos e organizações não-governamentais porque, nas palavras de sua líder, Sampat Pal Devi, “eles estão sempre à espera de obter alguma coisa em troca quando oferecem ajuda financeira”.
“Ninguém nos ajuda. As autoridades e a polícia são corruptas e são contra os pobres. Então, às vezes temos de fazer justiça com as nossas mãos. Noutras situações, preferimos envergonhar os malfeitores”, explica Sampat Pal Devi, enquanto ensina uma das mulheres do gangue a usar um lathi (vara tradicional indiana).
Castigada pela seca, Banda fica numa das áreas mais pobres de um dos estados mais populosos da Índia, Uttar Pradesh.
O fardo da pobreza e da discriminação, numa uma sociedade baseada em castas e dominada pelos homens, acaba por pesar mais sobre as mulheres. Pedidos de dotes, violência doméstica e sexual são comuns.
A líder Sampat Pal Devi, por exemplo, é esposa de um vendedor de gelados e tem cinco filhos, o primeiro nasceu quando ela tinha apenas 13 anos.
“Não somos um gangue no sentido comum da palavra. Somos um gangue que luta pela justiça.”
O grupo também não se considera feminista. As mulheres dizem que já devolveram 11 meninas que foram expulsas de casa aos maridos porque “as mulheres precisam dos homens”.
É por isso que homens como Jai Prakash Shivhari também se aliaram ao gangue e discutem com veemência temas como casamento infantil, mortes associadas a dotes, falta de água, subsídios agrícolas e desvio de verbas.
“Não queremos doações ou esmolas. Não queremos conciliação ou acção afirmativa. Dêem-nos trabalho, paguem-nos salários decentes e devolvam a nossa dignidade”, diz Shivhari.
(in SOL com agências)
Numa das regiões mais miseráveis da Índia, alastra o rumor: uma mulher ergueu-se, sozinha, contra a lei do mais forte. Chama-se Sampat Pal, e luta em prol das mulheres maltratadas, dos pobres espoliados dos seus bens, de todos aqueles a quem a esperança abandonou.
Como é que uma criança, oriunda de uma família modesta, se tornou numa destemida justiceira? Sampat era apenas uma menina quando decidiu ir contra todas as convenções e aprender a ler. Sozinha, escondida na escola que não podia frequentar, não desistiu até conseguir. Contra a sua vontade, casou com doze anos. Mas a sua personalidade destemida levou-a a lutar contra as injustiças de que era vítima às mãos da família do marido. Mais tarde defendeu um vizinho, depois, a amiga de uma amiga...
Mas, na Índia, uma mulher não pode desafiar o poder. Ameaçada por assassinos profissionais, contratados para a matar, teve de abandonar tudo, a casa, os amigos, a aldeia. Levou consigo o que nunca poderia deixar para trás: os filhos. Contudo, sabia que, sozinha, não conseguiria resistir por muito tempo. Mas, se conseguisse que outras mulheres se juntassem a ela, então, talvez a sua luta contra uma sociedade corrupta e violenta fosse possível. E foi o que fez. Até agora, reuniu três mil mulheres.
Esta é a história de uma verdadeira heroína. Sampat Pal conseguiu mudar a vida de centenas de pessoas, e o seu combate está apenas a começar…
“Lê-se num ápice, mas o exemplo ético perdura na memória.”
Jornal de Notícias
“Sampat Pal é uma lenda viva.”
El País
“Sampat Pal é a derradeira esperança dos despojados.”
Le Monde
“A pasionaria do sari cor-de-rosa.”
Le Figaro
Sampat Pal nasceu em 1960, no estado de Uttar Pradesh, um dos mais pobres da Índia, no seio de uma família de pastores e agricultores. Casada aos doze anos, aprendeu a ler às escondidas. Fundou e lidera o gangue de sari cor-de-rosa para combater o casamento infantil, os maus-tratos às mulheres, a discriminação, o crime e a corrupção, tendo a sua luta sido reconhecida internacionalmente. A Mulher do Sari Cor-de-Rosa foi finalista do Grande Prémio das Leitoras da Elle, edição francesa, em 2009.
Para mais informações sobre a autora e o gangue de sari cor-de-rosa consulte o site www.gulabigang.org
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