A máscara é só para as fotografias. Porque ainda tem medo que a matem. No fim dos anos 70 era uma rapariga numa “minúscula aldeia” da Cisjordânia, à espera de casar. O rapaz era “belo, belo”. Começaram a encontrar-se nas ervas. Ela ficou grávida. A família reuniu-se para decidir o que fazer. O cunhado executou a sentença. Regou-a com gasolina e deitou-lhe fogo. Ela não morreu. Foi deixada num hospital, sem tratamento. A mãe tentou envenená-la. Deu à luz a meio da noite, sem ajuda. Uma organização suíça conseguiu levá-la para o estrangeiro. Hoje vive “algures na Europa”. Conta a sua história num livro, Queimada Viva. Há pelo menos cinco mil mulheres por ano vítimas de “crimes de honra”.
Podem continuar a ler a entrevista de Alexandra Lucas Coelho a Souad, autora de Queimada Viva, publicada na revista Pública, do Público, no dia 2 de Maio de 2004, aqui.
Souad tinha dezassete anos e estava apaixonada. Na sua aldeia da Cisjordânia, como em tantas outras, o amor antes do casamento era sinónimo de morte. Tendo ficado grávida, um cunhado é encarregado de executar a sentença: regá-la com gasolina e chegar-lhe fogo. Terrivelmente queimada, Souad sobrevive por milagre. No hospital, para onde a levam e onde se recusam a tratá-la, a própria mãe tenta assassiná-la.
Hoje, muitos anos depois, Souad decide falar em nome das mulheres que, por motivos idênticos aos seus, ainda arriscam a vida. Para o fazer, para contar ao mundo a barbaridade desta prática, ela corre diariamente sérios perigos, uma vez que o “atentado” à honra da sua família é um “crime” que ainda não prescreveu.
Um testemunho comovente e aterrador, mas também um apelo contra o silêncio que cobre o sofrimento e a morte de milhares de mulheres.
"Um grito de revolta."
A Capital
"Uma história terrível e verdadeira."
Vogue
"Um livro espectacular e comovente."
Mulher Moderna
"Um testemunho impressionante sobre uma realidade que subsiste."
Correio da Manhã
"Um livro que é uma chamada para a acção."
Booklist
"A história chocante de um verdadeiro milagre."
The Washington Post
"O relato de um milagre."
France Soir
"Um livro pungente, uma viagem aos limites do terror."
France Dimanche
"A história perturbante de uma mulher vítima da sua própria família."
Elle
"Há relatos que nos deixam desarmados e incrédulos face às atrocidades de que o Homem é capaz: Queimada Viva é um desses casos."
Marianne
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